terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Comunidade Muçulmana de Toledo



Comunidade muçulmana de Toledo

Endereço: Avenida Senador Attílio Fontana, nº 4952. Centro. Toledo - Paraná.
Fone: Ø
Blog: Ø
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HISTÓRIA:

A comunidade muçulmana da cidade de Toledo, cuja população é de aproximadamente 134 mil habitantes, começou a organizar-se em 2014, porém ainda não possui uma Mussala própria para reuniões e orações em congregação.
Atualmente, as reuniões e festividades islâmicas são feitas em uma Associação de Moradores, próxima à residência do senhor El Hadji Diakhate, vindo do Senegal, com mestrado em Ciências Contábeis em Londres e a principal liderança da comunidade local. Segundo El Hadji, para fazer as orações em congregação, é preciso ir à Mussala de Cascavel, cidade vizinha a Toledo.
Aos domingos, a comunidade de Toledo se reúne nas casas de algum dos membros para fazer a leitura coletiva do Nobre Alcorão.
A comunidade muçulmana toledana é composta principalmente por imigrantes vindos do Senegal (cerca de 90 pessoas), de Bangladesh, Guiné e Egito.
A maioria dos senegaleses trabalha nos frigoríficos da BR Foods (Sadia) e a maioria dos bengaleses trabalha na indústria têxtil Fiasul, além de alguns que trabalham na construção civil e no comércio ambulante.
No começo, a vida e a adaptação foram difíceis para alguns deles, os quais chegaram inclusive a morar em um albergue noturno mantido por entidade kardecista da cidade e a se proteger do frio com roupas, calçados e cobertores arrecadados em uma campanha de doações promovida por amigos cristãos brasileiros em alguns bairros e em outra campanha feita pela Diocese de Toledo. Apesar disso, como as condições de vida na cidade são melhores, a maioria não pensa em retornar aos seus países de origem e, com uma situação econômica mais estável, muitos planejam trazer suas famílias para morar no Brasil.
No mais recente "Mutirão do Estrangeiro", promovido pela Prefeitura da cidade, verificou-se que 95% dos imigrantes está em situação jurídica regular no Brasil.
A integração dos muçulmanos à vida da cidade já pode ser observada na participação de partidas amistosas de futebol, promovidas pela Associação Cultural e Recreativa Ouro e Prata, e nas atividades da "Indústria do Conhecimento", que oferece cursos de português, de informática e acesso à biblioteca local.
Em novembro, os muçulmanos vindos do Senegal preparam e organizam a Grande Festa de Touba, em homenagem ao Sheikh Ahmadou Bamba (1853-1927), líder espiritual muçulmano senegalês. O "Grand Magal de Touba" é comemorado pelos senegaleses no mundo inteiro em agradecimento a Deus (SWT) e neste dia é usado o tradicional traje denominado "kaftan".

Fontes: El Hadji Diakhate, Gazeta de Toledo e Jornal do Oeste.

Reunião em preparação à Grande Festa de Touba

Leitura comunitária do Nobre Alcorão

Em partida amistosa de futebol

Grande Festa de Touba realizada na Associação Esportiva e Recreativa Sadia em 2014
Crédito desta foto: jornal Gazeta de Toledo


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Lançamento do documentário Árabes no Paraná




O documentário “Árabes no Paraná – Foz do Iguaçu” será lançado nesta quinta-feira, 17 de novembro/2016, às 18:30 horas, no Hotel Bourbon (Avenida das Cataratas, km 2,5, nº 2345), em Foz do Iguaçu. Escrito e dirigido pela cineasta Lu Rufalco (de “O Mundo Perdido de Kozák”), o curta conta a história da colônia árabe da Cidade das Cataratas, a segunda maior do Brasil e da América Latina.

Viabilizado por meio de patrocínio da Itaipu Binacional, com apoio da Prefeitura Municipal, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu e do Hotel Bourbon, o documentário é uma iniciativa do Conselho de Senhoras da Sociedade Árabe de Beneficência (Saben), que empreende campanha pública para a construção do Hospital da Beneficência Árabe do Paraná.
O projeto prevê ainda outras edições do documentário em cidades de forte imigração árabe, como Curitiba e Paranaguá.

Localização privilegiada

A imigração árabe no Paraná começou há cerca de 140 anos, no contexto da perseguição pelo Império Turco Otomano, a escassez de terras e a visita do imperador D. Pedro II ao Oriente Médio, entre 1871 e 76. 

“Sou neto dos primeiros imigrantes sírios nas Américas. Meu avô imigrou para o Brasil em 1892. Meu pai chegou a Foz em 1952, um dos primeiros libaneses da cidade. Por ser a Tríplice Fronteira, com gente de todas as etnias, ele se sentiu em casa. Tendo se estabelecido, o costume libanês é trazer a família e os parentes da cidade de origem”, conta Mohamad Ibrahim Barakat, diretor de assuntos internacionais da Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu, em entrevista ao documentário.

A localização geopolítica é uma das melhores do continente. “Em 1950, Foz do Iguaçu tinha uma área territorial imensa, chegava até Cascavel praticamente, mas não passava de 10 mil habitantes. Hoje, chegamos a 2 milhões, se considerarmos a Tríplice Fronteira. Por isso, acreditamos que seremos a sede do parlamento do Mercosul, até porque já temos a Unila (Universidade da Integração Latino-Americana), que promove essa integração acadêmica. Isso sem falar das riquezas naturais e humanas: temos 80 etnias vivendo na região”, pontua Barakat.

Comunidade organizada

Com direção de Lu Rufalco, o documentário mostra como, ao longo dos anos, a comunidade árabe foi se organizando, afirmando a identidade de sua cultura milenar como presença concreta na realidade local. Escolas, clubes sociais e esportivos, associações beneficentes e templos religiosos foram criados, a culinária incorporada no dia a dia da cidade, a música e a dança encontrando espaço para aflorar. 

“É a continuidade das tradições em outro tempo e espaço. Assim como o Rio Iguaçu lança com ímpeto suas águas em outro rio, tornando-o ainda mais forte, a imigração árabe fez do Paraná o destino de sua tradição e cultura, para tornar mais vibrante, mais diversa e feliz a alma brasileira”, considera Rached Traya, presidente da Saben.

Dia do Povo Muçulmano

O Dia do Povo Muçulmano foi instituído municipalmente no dia 12 de maio. “Nesta data, fazemos todos os anos eventos abertos ao público, com debates acadêmicos junto à sociedade, mostrando nossa cultura e o quanto a comunidade muçulmana está inserida no Brasil, no Paraná e em Foz do Iguaçu”, enfatiza a vereadora Anice Nagib Gazzaoui. Além disso, a Mesquita Omar ibn Al-Khattab – inaugurada em 1985 – é um dos pontos turísticos da cidade, recebendo aproximadamente 5 mil turistas a cada mês.

Protagonismo feminino

A comunidade árabe iguaçuense se organiza ainda em grupos e associações femininas, como a União das Damas Libanesas e o Grupo Damas da Mesquita, que faz arrecadações para serem as entidades da cidade, em especial grupos de refugiados sírios que chegam a Foz. 

Já a Associação Senhoras Fátima realiza trabalhos sociais e comemora as datas islâmicas junto das datas brasileiras, como a Páscoa e o Natal. “Nossa associação foi fundada para esclarecer que a mulher muçulmana tem igualdade com o homem, pode trabalhar, ser e fazer o que quiser. Nossa religião não restringe às mulheres a serem apenas mães e donas de casa”, ressalta Fatima Hussein Mansur.

Educação multicultural

A Escola Libanesa Brasileira e o Colégio Árabe Brasileiro foram criados para dar continuidade aos costumes e à cultura árabe na cidade. Para isso, recebem alunos de todos os credos e denominações, com lições diárias em três idiomas: português, inglês e árabe. As aulas de ensino religioso são opcionais. Na Unila, existe ainda um núcleo de estudos árabes, espaço acadêmico que mostra o engajamento da comunidade dentro da sociedade iguaçuense.

Ficha técnica

Roteiro e direção: Lu Rufalco
Produção executiva: Tania Silva
Produção local: Samira Omaire
Fotografia e câmera: Paulo Rigotti Junior
Edição: Farpa Gomes
Texto: Berenice Mendes
Locução: Rafael Camargo
Operação de áudio: Andrés Carvajal Proano e Ilson Alecrin
Imagens de arquivo: Vision Arts Produções
Realização: Conselho de Senhoras da Sociedade Árabe de Beneficência (Saben)